Ritmistas criam marcas de acessórios carnavalescos
jussarasoares
O crescimento do Carnaval de Rua de São Paulo fez surgir uma necessidade de primeira hora para os foliões: a variedade de adereços para se destacar no meio da multidão. Duas marcas de acessórios carnavalescos recém-criadas por ritmistas dos blocos paulistanos prometem adornar cabeças de mulheres e homens em 2016 e dar mais cor nos blocos. As peças, como turbantes, chapéus, tiaras, cocares, óculos e faixas, são feitas manualmente, o que garante a exclusividade do modelo.
Em 2012, quando a advogada Renata Guimarães, de 34 anos, e a consultora de branding Nathalle Peres, de 30 anos, se conheceram na oficina do Bangalafumenga, não havia muitas opções no mercado. Foi então que elas mesmas passaram a produzir seus apetrechos e chamar a atenção nos desfiles e festas. Aos poucos, as ritmistas do grupo começaram a fazer encomendas. Resultado: o que era uma produção para consumo pessoal virou um negócio.
Em agosto deste ano, as amigas se tornaram sócias e criaram a Sassaricando Acessórios. Em quatro meses, venderam cerca de 250 peças trabalhadas no brilho e na irreverência. Os preços variam entre 20 e 150 reais. Para o Carnaval do próximo ano, as encomendas já começaram a chegar. Pelo menos dez pessoas fizeram pedidos.
''Aprendi a costurar, bordar e tricotar com minha avó, mas nunca imaginei que isso fosse virar um negócio'', diz Renata Queiroz, que atualmente toca tamborim nos blocos Monobloco, Confraria do Pasmado e no Chega Mais. A Sassaricando também oferece consultoria de moda para os foliões. ''Começamos a fazer fantasia completa, da roupa à maquiagem'', acrescenta Nathalle, integrante do Confraria do Pasmasdo.
Também batuqueira do Pasmado, a advogada Mariana Sbarro, de 42 anos, viu uma oportunidade no Carnaval para lucrar e criou a Sbarro Boutique de Acessórios. O projeto de comercializar os adereços era alimentada há três anos, desde quando fazia sus próprias fantasias para desfilar no Bangalafumenga. Entretanto, somente em setembro deste ano, após perder o emprego, é que ela o colocou a ideia em prática. Já foram vendidas cerca de 50 peças, com preços entre 25 e 100 reais. A meta é ultrapassar as 200 peças até o Carnaval.
''Aqui em São Paulo, as pessoas estão começando a se entusiasmar com fantasias de Carnaval agora. É um mercado que tem muito a crescer'', afirma Mariana.
As vendas da Sassaricando e da Sbarro são feitas nos eventos dos blocos e pelas redes sociais. A Sassaricando, que já tem recebido pedido de arranjos de cabeças até de noivas, esteve recentemente nas festas do Bangalafumenga e do Monobloco. Já a Sbarro montou sua banca no ensaio aberto do Quizomba. ''Produzir acessórios é um plano B, mas torço para que vire o plano A'', diz Renata.