Vila Madalena terá área de restrição e blocos terão de dispersar até 16h
jussarasoares
Com 355 blocos – 91 a mais do que em 2015, o Carnaval de Rua de São Paulo começa neste sábado, 30. Apenas neste primeiro fim de semana, serão 139 grupos, incluindo aqueles que têm grande expectativa de público, como Bangalafumenga, Sargento Pimenta, Monobloco, Acadêmicos do Baixa Augusta e Bloco Bicho Maluco Beleza, de Alceu Valença. Para evitar confusão nas ruas da Vila Madalena durante a madrugada, como brigas, consumo de drogas e sexo nas vias públicas como ocorreu no ano passado, a Prefeitura vai criar uma área de restrição e blocos terão que dispersar até às 16h.
O espaço a ser cercado fica entre as ruas Aspicuelta, Fidalga, Wizard e Inácio Pereira da Rocha, onde apenas carros de moradores cadastrados poderão transitar. Todos os demais veículos terão a passagem bloqueada. No local, poderão entrar, por dia, apenas 15 mil foliões. Todos serão revistados e está proibida a entrada de garrafas de vidro e caixa de isopor com bebidas. Polícia Militar, Guarda Civil Metropolitana e segurança privada participam da ação.
Outra medida estipula que blocos que saem neste trecho da Vila Madalena façam sua dispersão total até às 16h, horário em que a área de atenção especial começará a ser cercada. Os demais cordões de Pinheiros têm até 20h para terminar seu desfile. As determinações do governo municipal foram anunciadas no início da tarde desta quinta (28) durante coletiva para a imprensa, na sede da Prefeitura, no Viaduto do Chá. ''O problema da Vila Madalena no ano passado não foram os blocos, mas as pessoas que vinham de fora, com carro de som'', disse o secretário municipal de Cultura, Nabil Bonduki.
Ao todo, 69 blocos foram inscritos para desfilar na região da Subprefeitura de Pinheiros. Deste total, 34 percorrem as ruas da Vila Madalena.
Infraestrutura
Em 2016, a cidade terá 170% mais banheiros públicos em relação ao ano anterior. Em 2015, foram 3000. Neste ano, são 8.108 unidades. ''Não será por falta de banheiro que a cidade ficará cheirando mal, mas é preciso mais cidadania, as pessoas precisam se disciplinar um pouco mais'', observou Bonduki. Em São Paulo, não existe legislação que pune quem for flagrado urinando nas ruas, como ocorre no Rio de Janeiro.
O efeito da equipe de limpeza também aumentou. Saltou de 1900 para 2100 agentes. Para atender a demanda dos blocos, foram contratadas 364 diárias de ambulâncias. Além disso, 100 agentes trabalharão nas ruas fiscalizando o cumprimento da Lei Cidade Limpa e coibindo ambulantes irregulares.
O Carnaval de Rua de São Paulo em 2016 receberá um investimento de 10, 5 milhões de reais, dos quais 3,5 milhões vêm do patrocínio do Amstel e Caixa. Em 2015, os gastos com a folia foram de 6 milhões.
A Prefeitura têm sido criticada pelo excesso de exigências aos blocos e pelas mudanças de última hora do trajeto de blocos. ''Embora alguns blocos dizem que estamos burocratizando, mas estamos buscando o meio-termo. Estamos crescendo com organização e planejamento. Temos tudo para nos tornar o maior carnaval do Brasil”, disse Bonduki.