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Baixo Augusta se firma como maior bloco de SP e quer dois desfiles em 2017

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Alessandra Negrini é rainha de bateria do Baixo Augusta. Foto: Junior Lago/UOL

Alessandra Negrini é rainha de bateria do Baixo Augusta. Foto: Junior Lago/UOL

De endereço novo, o Acadêmicos do Baixo Augusta, que neste ano trocou a Rua Augusta pela Rua da Consolação, encerrou seu desfile na noite de domingo (31) como o maior bloco de São Paulo. De acordo com números da secretaria de Cultura, foram cerca de 130 mil pessoas.  A multidão fez os organizadores estimarem, no auge da festa, em 200 mil foliões. ''Vamos ficar com o número oficial. Estamos felizes de sermos o primeiro bloco  a ultrapassar a barreira de 100 mil pessoas em São Paulo,  ainda mais em um dia repleto de outras opções. A cidade mostrou que está apaixonada pelo Carnaval de rua, que está redescobrindo essa paixão antiga que vem desde a época dos cordões'',  disse o produtor e apresentador Ale Youssef, presidente do Baixo Augusta.

Ainda sob o efeito do desfile, os organizadores do bloco já pensam em 2017.  A ideia é que o Baixo Augusta passe a fazer dois desfiles no próximo ano: um no pré-Carnaval e outro durante o Carnaval. ''A intenção é fazer o último desfile para encerrar o Carnaval. Talvez na Quarta-feira de Cinzas'', adianta Youssef.

Para o produtor e agitador cultural, a tendência é que, com a consolidação do Carnaval de rua em São Paulo, os blocos maiores passem a se interessar também pelos dias oficiais de folia. ''É importante que os blocos grandes passem a ocupar também o período do Carnaval'', defende.

Público estimado na Rua Consolação foi de 130 mil.

Público estimado na Rua Consolação foi de 130 mil pessoas.

Fundado em 2009, o Baixo Augusta se tornou uma organização não governamental no final de 2014.  Neste ano, seu tema foi ''Família Augusta'', um protesto ao Estatuto da Família que tramita no Congresso. ''A força do Baixo Augusta é ter um um espírito ativista. As pessoas abraçam a causa'', diz Youssef.

Para o secretário municipal de Cultura Nabil Bonduki, o destaque do Baixo Augusta, originalmente paulistano, como maior bloco é a consolidação do movimento carnavalesco com a participação dos moradores.  ''O Baixo Augusta não é de fora. Isso mostra que os grupos da cidade estão cada vez mais se consolidando, com cidadania e o envolvimento das pessoas'', observa.

Entre os blocos com filiais em São Paulo, o carioca Monobloco, cuja bateria paulistana tem 130 ritmistas, levou  90 mil pessoas para o Ibirapuera, segundo a Polícia Militar. Já o pernambucano Alceu Valença se apresentou sábado (30) para 40 mil foliões, também na região do Monumento às Bandeiras.  A Avenida Tiradentes reuniu, segundo a prefeitura 40 mil pessoas no sábado, para a apresentação do trio Bangalafumenga, grupo carioca de bateria paulistana; o Sargento Pimenta, do Rio de Janeiro, e o paulistano Chega Mais.  Os organizadores falam em 80 mil.

Na Avenida Brigadeiro Faria Lima, o Casa Comigo, fundado na Vila Beatriz, atraiu uma multidão no sábado (30). De acordo com estimativas da Secretaria de Cultura, foram 30 mil pessoas. Para os organizadores, 55 mil. Já o Confraria do Pasmado, que encerrou seu desfile no Largo da Batata, atraiu 20 mil pessoas, segundo os números da administração pública. Já a direção do Pasmado estima que até 40 mil pessoas passaram pelo evento.

Os números preliminares apontam que 600 mil pessoas participaram do Carnaval de Rua em São Paulo. Os dados finais devem ser contabilizados nesta terça-feira (2).