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Arquivo : Michel Temer carta

Após japonês da PF, pedaladas de Dilma e carta de Temer inspiram marchinhas
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jussarasoares

A crise política pela qual passa o país tem se mostrado um fonte inesgotável de inspiração para o advogado Thiago de Souza, de 36 anos. Depois de alcançar o sucesso com a marchinha “Japonês da Federal”, ele agora tenta repetir o êxito com as pedaladas da presidente Dilma Rousseff (PT) e a carta do vice Michel Temer (PMDB).

Veja o vídeo:

As novas canções carnavalescas, publicadas na quarta (9) no Youtube, não são tão explícitas quanto a que brinca com o agente da Polícia Federal Newton Ishii, figura recorrente nas prisões da Operação Lava Jato.  Entretanto, não precisa ser um exímio leitor do noticiário político para entender de quem as músicas falam. Dilma, por exemplo, virou “Tia Wilma e a Bicicleta.” “A tia Wilma pedalou por todo mundo/E agora já não tem pra onde ir” diz a letra da música, cujo refrão-chiclete é mais grudento que a do Japonês. “É Ciclista… tia Wilma é ciclista/Pedalando ela é celebridade/Na ciclovia, tira onda de artista.”

Já a carta de  Michel Temer enviada à Dilma virou “Guarde Bem a Sua Cartinha. O  latim usado em uma citação com a qual o vice-presidente inicia o texto (“Verba volant, scripta manent”, que significa “as palavras voam, os escritos permanecem”) motivou o primeiro verso da canção. “Meu latim com você não gasto mais…”  A  marchinha trata-se de uma resposta da destinatária ao remetente da correspondência.“Eu não vou ficar sozinha/ Pra sempre eu hei de ser amada/E você… Meu ex-amor/Será motivo de piada”

Veja o vídeo>

A ideia de seguir usando a política como inspiração veio após o sucesso da marchinha “Japonês da Federal”,  que foi criada para participar de um concurso da Fundição Progresso, no Rio de Janeiro. O vídeo da música sobre o agente federal  foi visto mais de 200 mil vezes no Youtube e compartilhado milhares de vezes nas redes sociais desde que foi publicado no dia 3 de dezembro.

“Fiz a música do japonês sem intenção de viralizar. Minha ideia era só falar daquela figura emblemática, que todo mundo conhece, mas ao mesmo tempo sabe muito pouco”, explica Souza, que assinou um contrato com a editora de música Irmãos Vitale pela marchinha do japonês. “A meta é que ela seja tocada no Carnaval de todo o Brasil.”

Neto de um sambista e de um autor de literatura de cordel, o advogado, que trabalha em São Paulo e mora em Campinas, é compositor nas horas vagas e  tem em seu currículo 50 sambas. É o autor do samba-enredo de 2015 da Dragões da Real, do Grupo Especial de São Paulo, e há três anos emplaca suas composições como música oficial da escola Morro da Casa Verde, do Grupo de Acesso paulistano. “Até a marchinha do japonês, só tinha feito uma na vida.”

Agora que alcançou o sucesso, porém, promete que não vai parar de compor os versinhos curtos e irônicos sobre a política. “O que tiver de notícia, eu vou escrever. Só paro se o japonês bater na minha porta”, diverte-se.


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