A bronca da cantora Ivete Sangalo em seu marido Daniel Cady em um show na praia de Guarajuba, na Bahia, no primeiro dia do ano, ainda deve dar muito o que falar até o Carnaval. O pito, que já virou o bordão, inspirou a cantora carioca Micheline Cardoso, de 35 anos. a fazer a marchinha “Quem é essa, papai?”. A composição participa do Concurso Nacional de Marchinhas da Fundição Progresso, no Rio de Janeiro.
Com versos como “Cheia de assunto/só dá risada/essa mulher tá muito dada” , a composição quer virar hit da folia em um ano em que as músicas carnavalescas com temas políticos, como “Japonês da Federal” e “Não enche o saco do Chico”, já fazem sucesso nas redes sociais. Por enquanto, a marchinha inspirada em Ivete tem cerca de 50 mil visualizações no Facebook e pouco mais de 5 mil no Youtube.
Micheline Cardoso sonha com Ivete cantando sua marchinha: “Quem é essa, papai?”. Foto: Jhonatan Oliveira
“Marchinhas sobre Dilma, Cunha e sobre política têm várias no concurso, sobre a Ivete só a minha”, diz Micheline, que gostou da bronca da cantora baiana em público. “Eu vibrei com aquilo. Eu gosto de gente autêntica, sincera. Ela falou o que queria falar e eu fiquei com aquela bronca na cabeça”, conta a compositora, que diz ter acordado às 6h da manhã com letra e melodia prontas.
Casada há 13 anos com o produtor musical Luiz Antonio Gomes e cantora desde os 16, Micheline, que já trabalhou como backing vocal de Tim Maia, Geraldo Azevedo e Nando Reis, afirma nunca nenhuma mulher ficou “cheia de assunto” para o lado do marido enquanto ela estava cantando. “Ainda bem. Eu não gostaria de ver a minha reação”, diz.
Para este Carnaval, Micheline sonha em ver sua composição tocando no Rio, São Paulo e Pernambuco. Mas, como fã de Ivete Sangalo, queria mesmo que cantora cantasse a marchinha em seu trio, em Salvador, na Bahia. “Seria um sonho. A realização plena.”
]]>Apesar da ampla repercussão, não quer dizer que as duas são unanimidades. Muito pelo contrário. Em tempos de polaridade política, até marchinha vira discussão “coxinha x petralha”. Já os compositores afirmam que não tomam partido. Dizem que só são militantes do humor no Carnaval.
Se você é direita, esquerda ou coluna do meio, não importa. O que a gente quer saber é qual é a melhor marchinha do Carnaval 2016.
Escute e vote na sua preferida na enquete abaixo:
Japonês da Federal
Não Enche o Saco do Chico
Melhor marchinha de 2016 será revelada na abertura do Carnaval da Lapa. Foto: Paprica Fotografia
A disputa no tradicional Concurso de Marchinhas da Fundição Progresso, no Rio de Janeiro, promete ser acirrada. Duas composições que participam da escolha já caíram no gosto popular: “Japonês da Federal” (Thiago Souza/Dani Battistone/Jabolinha/Tigrão) e “Não Enche o Saco do Chico” (Vitor Velloso/Marcos Frederico). Ambas usam versos divertidos para falar de política. Mas quem quiser entrar nessa briga ainda dá tempo. As inscrições, que terminariam na terça-feira (5), foram prorrogadas até domingo (10).
O vencedor será revelado na abertura do Carnaval da Lapa, no dia 6 de fevereiro, e leva o Prêmio Noel Rosa, autor de “Pierrô Apaixonado” (com Heitor dos Prazeres) e outros clássicos da folia. A melhor marchinha do Carnaval 2016 ganha também 10 mil reais, e o segundo lugar, 3 mil reais. A competição, que está em sua 11ª edição, é considerada a mais importante do gênero no país.
Compositores brasileiros acima de 18 anos podem concorrer com até três músicas carnavalescas inéditas. O tema é livre. Para se inscrever, é preciso cadastrar a música e enviar o áudio (formato MP3) no formulário disponível no site oficial do Concurso de Marchinhas.Quem não é músico profissional também pode participar e as gravações não precisam ser feitas com acompanhamento de instrumentos. Desde que seja possível identificar a melodia e a letra, basta a voz do autor ou intérprete.
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O episódio em que o cantor e compositor Chico Buarque foi hostilizado, no dia 21 de dezembro, por um grupo de jovens antipetistas no Leblon, bairro da Zona Sul carioca, terminou em marchinha de Carnaval. Os músicos mineiros Vitor Velloso e Marcos Frederico trataram de sair em defesa do artista com uma composição que remete a clássicos de Chico, como “Cálice”, “Vai Passar” e “Vai Trabalhar Vagabundo”.
Publicada na manhã desta segunda (4), a marchinha já teve quase 70 mil visualizações no Facebook. A composição, que chama os antipetistas de “patriota de araque”, até tenta apaziguar a guerra entre “petralhas” e “coxinhas”. A única coisa que não pode, segundo a canção, é mexer com Chico. “Você pode ter sua opinião/E pode discordar do Chico/Mas se for pra tirar satisfação/É melhor você fechar o bico”, diz a letra. A marchinha se encerra com versos para fazer qualquer fã de Chico aplaudir: “Não vai passar! Não vai!/Intolerante, nem por um segundo/Cálice filhinho de papai!/Vai trabalhar vagabundo!” Entre os rapazes que abordaram Chico Buarque estavam o rapper Túlio Dek, ex-namorado de Cléo Pires, e Alvaro Garnero Filho, o Alvarinho, filho do empresário e apresentador Alvaro Garnero.
Vitor Velloso, um dos compositores da canção, é também o autor da marchinha do Pó Royal, que fez sucesso no Carnaval de 2014. A letra, que adverte que qualquer semelhança com pessoas, acontecimentos e fatos reais é mera coincidência, grudou na cabeça de muito folião e fez sucesso nos blocos de Minas Gerais, terra do senador Aécio Neves. “O pó rela no pé, o pé rela no pó/esse pó é de quem tô pensando?/ Ah, é sim/ Ah, é sim!” “Não sou ligado a nenhum partido político. Meu negócio é usar a política para fazer humor”, garante.
Confira abaixo a entrevista de Vitor Velloso ao Blog do Bloco:
Blog do Bloco – Por que fazer uma marchinha para defender Chico Buarque?
Vitor Velloso – Acredito que todos os músicos, artistas e grande parte da sociedade se indignaram com os ataques ao Chico. Independentemente da posição política que ele assume, é, sem dúvida, um patrimônio nacional. Quando chegamos ao ponto de resumir a biografia de uma pessoa a “é petista então não presta” me parece que estamos levando as coisas longe demais. Por isso, a minha indignação e a vontade de fazer um desagravo também. Além disso, quando ouvi a notícia, estava no Japão e no mesmo dia eu havia conhecido um japonês que era fã da obra do Chico. Isso me motivou mais ainda.
Você também é autor da marchinha do Pó Royal, muito associada ao senador Aécio Neves. Não tem medo de ser chamado de ‘petralha’?
Isso é uma sina. Não me identifico com o PT, nem com o PSDB. Faço parte de um grupo de solitários do Brasil que estão fadados a serem chamados de “petralha” por metade da sociedade e de “coxinha” por outra. Espero que essa polarização infantil faça parte do amadurecimento político.
Você ouviu a marchinha do Japonês da Federal? Acha que a sua será tão popular quanto ela neste carnaval?
É uma marchinha bem legal, que teve um timing sensacional. Publicamos a nossa hoje e está indo bem. Não explodiu no Youtube, mas já tem quase 70 mil visualizações no Facebook.
Qual é a receita para se fazer uma marchinha para viralizar?
Marchinha tem que ser simples e divertida. É música pra se ouvir meia vez e já decorar. O tema tem que ser atual e envolvente. No caso da composições politizadas, quando o refrão fala alguma coisa que todo mundo tem vontade de gritar, de desentalar da garganta, melhor ainda.