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Campo de Marte foi sugerido aos blocos sem estudo, diz presidente da Liga

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Paulo Sérgio Ferreira, presidente da Liga; "Faltou organização." Foto: Robson Fernandes / LIGA SP /

Paulo Sérgio Ferreira, presidente da Liga; ''Faltou organização.'' Foto: Robson Fernandes / LIGA SP /

A proibição dos blocos na Avenida Santos Dumont, na região do Campo de Marte, na Zona Norte,  a três dias dos desfiles, colocou em lados opostos dirigentes de escolas de samba e organizadores de eventos do Carnaval de Rua. A interdição da via ocorreu após a pressão da Liga das Escolas de Samba, que realiza no Anhembi neste fim de semana, os últimos ensaios técnicos antes do Carnaval.

''Não sou contra os blocos, mas é preciso organização para realizar eventos deste porte'', critica o presidente da Liga, Paulo Sérgio Ferreira, o Serginho, que sugere vias, como as avenidas Jacu-Pêssego (Zona Leste) e Roberto Kennedy como alternativa para os blocos. ''A prefeitura não fez um estudo do Campo de Marte. Os blocos são da Vila Madalena. Não podem pegar o problemas deles e jogar para mim.''

Bangalafumenga, Chega Mais, Sargento Pimenta e Quizomba têm desfiles programados para este fim de semana.  Nesta quarta (27), a prefeitura faz vistoria em vias que possam abrir os blocos. Entre as possibilidades, estão a Avenida Tiradentes e  Rio Branco, na região central, Dom Pedro I, na região Central, no Ipiranga. Até a Avenida 23 de Maio, que faz a ligação Leste-Oeste, chegou a ser cogitada.

No sábado, seis escolas farão ensaios técnicos. No  domingo, outras sete agremiações treinam para o desfile. Por dia, segundo estimativa da Liga, circularão pela região do Sambódromo 60 mil pessoas. ''É uma estrutura de desfile'', observa. Além disso, acrescenta Serginho, durante o fim de semana as escolas farão o transporte de esculturas para terminar a montagem dos carros alegóricos no Anhembi. ''A região do Campo de Marte é nosso trajeto.''

 

Leia a entrevista completa:

Blog do Bloco: Por que a Liga só pediu agora a  proibição de blocos na Avenida Santos Dumont?
Paulo Sérgio Ferreira:   Há muito tempo sabem da nossa programação, anunciaram os eventos nas redes sociais, mas não tinham a autorização. Desde de agosto, nossos ensaios técnicos estão marcados e as autoridades estão comunicadas desde novembro. Polícia, CET, Subprefeitura e Spturis, todas estavam cientes.  É o nosso teste final antes dos desfiles. Além disso, o transporte das esculturas das escolas de samba passa por aquela região no fim de semana. A região não tem infraestrutura para receber essa multidão.

Não é possível conciliar os blocos e os ensaios?
Os desfiles dos blocos no Campo de Marte inviabilizariam toda a Zona Norte. Por dia, já teremos 60 mil pessoas circulando pela região, o que complica o trânsito.  A programação dos blocos era na Vila Madalena. Não podem pegar os problema deles e jogar mim.  Os blocos têm outras alternativas que não atrapalham ninguém, como a Avenida Jacu-Pêssego ( Zona Leste), o Memorial da América Latina (Zona Oeste), a Avenida Roberto Kennedy, a Guarapiranga e o autódromo de Interlagos (Zona Sul).

A região do Campo de Marte foi uma sugestão da própria prefeitura para os blocos que tiveram que deixar a Avenida Sumaré. Faltou organização?
A prefeitura deu uma opção de local sem fazer um estudo. O Carnaval de Rua é organizado pela Secretaria de Cultura, os desfiles das escolas de samba pela Spturis. Faltou comunicação entre eles.  A Liga não é contra os blocos, mas são eventos grandiosos que não podem ser produzidos por aventureiros. Era preciso ter mais responsabilidade.