Blog do Bloco

Arquivo : carnaval sp

Em SP, novos blocos surpreendem e estão entre os que mais atraíram foliões
Comentários Comente

jussarasoares

Tô de Bowie: ideia inicial era reunir 200 pessoas.Foto: Rogério Casemiro/UOL

Tô de Bowie: ideia inicial era reunir 500 pessoas. Foto: Rogério Casemiro/UOL

A ideia inicial era modesta: reproduzir músicas do ícone pop David Bowie em caixas de som colocadas dentro de um carrinho de supermercado e arrastá-lo pelas ruas de Santa Cecília, na região central de São Paulo.  A meta era reunir 500 amigos com raios pintados no rosto,  inspirados na capa do disco “Alladin Sane” (1973) . Se o público chegasse a 2000 pessoas, os idealizadores do Tô de Bowie – Antonio Renato de Souza, Luiz Eduardo Franco e Cauê Yutti –  já se credenciariam para falar que o bloco estava ” bombando.”  No entanto, na tarde de terça (9), quando o bloco foi às ruas pela primeira vez o que se viu foi um infinito mar de gente. De acordo com números consolidados pela Secretaria Municipal de Cultura, 40 mil pessoas estiveram no cortejo.  A variação fica entre 35 mil (mínimo) e 45 mil (máximo), o que torna o Tô de Bowie, fundado por três foliões que se aventuraram na produção de eventos, o quinto maior bloco da cidade.

A ideia de um bloco em homenagem ao compositor e cantor inglês virou um fenômeno na internet. Mesmo antes da morte de Bowie, no dia 10 de janeiro, o desfile já tinha 8 mil confirmados no Facebook.  Com o falecimento do ídolo, as confirmações se multiplicaram. O evento alcançou 31 mil confirmados e outros 42 mil interessados em participar. Tamanho interesse acendeu o alerta nos organizadores e na própria prefeitura. Os idealizadores do bloco, que conseguiram o patrocínio de uma cervejaria, correram a contratar um trio elétrico e montar às pressas uma banda.  Os 11 músicos só tiveram tempo suficiente para adaptar seis canções de Bowie em marchinhas, entre elas “Rebel Rebel” e “Young American”.  No resto do tempo, os foliões foram embalados por DJ com canções de Bowie, Iggy Pop, Lou Reed e Beach Boys.  Já a administração pública, para evitar o caos, mudou o trajeto: o cortejo, que inicialmente seria na Santa Cecília, saiu da Praça Princesa Isabel, passou pela Avenida Rio Branco e seguiu em direção ao Vale do Anhangabaú.”Nossa estrutura é muito pequena,  não imaginávamos o que o bloco iria virar. Acho que as pessoas ficaram curiosas com a proposta”, diz o maquiador Antônio Renato de Souza, de 27 anos.

Na frente do Tô de Bowie no ranking dos eventos que mais atraíram foliões, apenas blocos com assinatura de produtores profissionais e com famosos. No topo da lista, está Acadêmicos do  Baixo Augusta, do produtor e apresentador Ale Youssef, que atraiu no mínimo 120 mil e no máximo 180 mil pessoas.  O número “realista” com o qual a secretaria de Cultura prefere trabalhar é de 150 mil.  Bangalafumenga/Sargento Pimenta, da Oficina de Alegria, e BlocoON com Sidney Magal, produzido em parceria com uma cervejaria, atraíram de 50 a 60 mil pessoas. Já o Monobloco, produzido pela Pipoca.Co, arrastou entre 40 e 50 mil. (Veja abaixo a lista completa abaixo).

 

Domingo Ela Não Vai: axé retrõ no centro de São Paulo. Foto: Gero/Estadão Conteúdo

Domingo Ela Não Vai: axé retrô no centro de São Paulo. Foto: Gero/Estadão Conteúdo

O Tô de Bowie não foi o único a estrear com o status de “megabloco”.  Domingo Ela Não Vai e Desmanche, ambos dedicados ao “axé retrô”, tiveram um público médio de 40 mil foliões (variação estimada entre 30 mil e 45 mil) dançando ao ritmo de É o Tchan, TerraSamba e Tchakabum, no centro da capital no domingo (7). Ficaram à frente do balado Tarado Ni Você, que homenageia Caetano Veloso e reuniu em média 30 mil pessoas no sábado (6). “O axé com coreografias já não é tão forte, mas depois de algum tempo as coisas tendem a ficar cult. São músicas da nossa infância. E quem não viveu essa época está descobrindo que gosta. Faltava um pouco de axé em São Paulo “, diz o jornalista e roteirista Alberto Pereira Jr., de 29 anos, criador do Domingo Ela Não Vai  junto com o amigo Rodrigoh Bueno, de 32 anos.

Inicialmente, a dupla tinha a expectativa de reunir 500 pessoas no desfile, mas as festas de “esquenta”‘ realizadas no Jongo Reverendo, na Vila Madalena, mostraram o potencial de sucesso. Na primeira delas, no dia 16 de janeiro, uma fila de 700 pessoas ficou para fora sem conseguir participar da festa.  No dia do desfile, a multidão fez com que o cortejo, que sairia do Praça do Patriarca para Teatro Municipal, fosse alterado na última hora. A prefeitura orientou que o bloco seguisse pela Libero Badaró até o Vale do Anhangabaú. Sem patrocínio, o bloco estreou com DJs tocando os hits em sua versão original.   “Chegamos a orçar uma mini-banda, mas não era um passo que podíamos dar”, explica.   Os sócios na folia investiram 6 mil reais no novo negócio para contratar trio elétrico, decoração e DJ. Daqui para frente, porém, a proposta é seguir com o bloco no Carnaval e realizar festas ao longo do ano. “Nunca foi só uma brincadeira. A ideia é fazer eventos com bandas para lembrar a época de ouro do axé”, conta Alberto.

Organizadores do Bloco do Desmanche estimam 100 mil pessoas no Centro de São Paulo. Foto: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo

Desmanche: com o sucesso do bloco, produtores querem fazer festa ao longo do ano. Foto: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo

Outro bloco que quer prolongar o sucesso do Carnaval é  o Desmanche, produzido pelo curador artístico Roger Zanardo, o Rogermultiuse, de 32 anos, e o empresário Ronaldo Rinaldi, de 31 anos, conhecido como DJ Click e dono de três casas noturnas na Rua Augusta, “A gente pretende alugar estacionamentos abandonados e fazer festas nos feriados”, adianta Rogermultiuse. Sem planejamento, o Desmanche  foi criado porque os organizadores viram, no fim de 2015, a divulgação da prefeitura anunciando o cadastramento dos blocos.  O público estimado na ocasião era 3 mil pessoas. Só no Facebook, 20 mil pessoas confirmaram presença. “Quando vimos a Rua Augusta tomada de gente, nos demos conta que foi o melhor dia da nossa vida”, diz Rogermultiuse. Diante do fenômeno de público, os produtores já pensam em ter dois trios elétricos para garantir som de qualidade aos foliões.

Em 2016, 355 blocos se cadastraram para desfilar na cidade. Foram 95 a mais que em 2015, o que aponta que o paulistano está  mais interessado em produzir sua própria folia. “É uma tendência da cidade que as pessoas queiram blocos mais próximo delas”, acredita Bonduki, que comemora o fato de blocos paulistanos terem se tornado protagonistas da festa. “Os blocos de fora perderam a primazia. O Carnaval da cidade está ganhando uma identidade própria.”

 

Ranking de público nos principais blocos de São Paulo

BLOCOSMínimo (em mil)Realista(em mil)Máximo (em mil)
Acadêmicos do Baixo Augusta120150180
Bangalafumenga e Sargento Pimenta505560
BlocON com Sidney Magal505560
Monobloco404550
Tô de Bowie354045
Ilú Obá De Min (dois desfiles)354045
Domingo ela não vai304045
Desmanche304045
Tarado ni você253035
Bastardo (foram 4 desfiles)203036
Casa Comigo202530
Pilantragi202530
Agrada gregos182025
Maluco Beleza (Alceu Valença)151820
Gambiarra151820
Chá da Alice151820
Unidos do BPM151820
Ritaleena101518
Bregsnice101518
Confraria do Pasmado101215
Espetacular Charanga do França101215
Bloco Urubó81012
Agora vai81012
TOTAL609741856

Fonte: Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo


A seleção do Blog: 22 blocos de SP para não ficar em casa no Carnaval
Comentários Comente

jussarasoares

Tarado Ni Você desfila dia 6 de fevereiro, sábado de Carnaval, no Centro em SP. Foto: Giselle Galvão

Tarado Ni Você desfila dia 6 de fevereiro, sábado de Carnaval, no Centro em SP. Foto: Giselle Galvão

É Carnaval! E, finalmente, não é mais preciso sair de São Paulo para curtir a folia. Há opções para todos os públicos: samba, marchinha, axé e, acredite, até jazz e punk! Tem muito bloco para curtir com os amigos e outros que as famílias com crianças são super bem-vindas.  Para facilitar a escolha do folião, o Blog do Bloco fez uma seleção de 22 blocos para ninguém ficar em casa entre sábado (6) e terça (9).

Sábado – 6 de fevereiro
Bloco Carnavalesco João Capota na Alves
Horário: 12h
Concentração: Rua Oscar Freire, próximo da Estação Metrô Sumaré – Pinheiros
Por que ir? Bloco faz seu nono desfile, sempre com muita gente fantasiada e o clima descontraído dos autênticos blocos de rua.

Bloco 77 – Os Originais do Punk
Horário: 15h
Concentração: Esquina da Rua Simão Álvares com a Rua Cardeal Arcoverde – Pinheiros
Por que ir?  Transforma os clássicos do punk rock nacional em marchinha.

Bloco Bollywood
Horário: 15h
Concentração: Rua Nestor Pestana, 163 – Consolação
Por que ir? O bloco que transformar o Carnaval de São Paulo na primeira festa indiana de rua do Brasil.

Bloco Minhoqueens
Horário: 16h
Concentração: Praça Marechal Deodoro (Esquina com Avenida Angélica)
Por que ir? Foliões caracterizados de drag queens fazem cortejo ao som de marchinhas de carnaval e divas do pop. Baladão garantido!

Bloco Urubó
Horário: 12h
Concentração: Casa de Cultura Salvador Ligabue (Largo da matriz de nossa senhora do ó, 215)
Por que ir?  Tradicional bloco da Freguesia do Ó, que mostra que pode ter folia boa em todos os cantos da cidade.

Bloco Bastardo
Horário: 17h
Concentração: João Moura (entre as Ruas Teodoro Sampaio e Cardeal Arcoverde) – Pinheiros
Por que ir? Bloco incansável que faz quatro desfiles durante o Carnaval. O cortejo é puxado por um carrinho de tração manual. Simpatia pura. Confira todas as datas de saída aqui.

Bloco Jegue Elétrico 
Horário: 16h
Concentração: Esquina da Rua Lisboa com Rua Teodoro Sampaio – Pinheiros
Por que ir?  Tradicional bloco que anima o público com composições autorais e bem-humoradas.

CantoAqui ComoAli
Horário: 14h
Concentração: Praça Dom José Gaspar – República
Por que ir? Porque pular Carnaval na Praça Dom José Gaspar é uma delícia, né?

Bloco Tarado Ni Voce
Horário: 11h
Concentração: Avenida Ipiranga com Avenida São João
Por que ir? Repertório dedicado à Caetano Veloso já é bom e, neste ano, o Tarado ainda faz uma homenagem à Tieta, personagem de Jorge Amado e sucesso como novela da Rede Globo.

 

Domingo – 7 de fevereiro

Agrada Gregos
Horário: 16h
Concentração: Esquina da Rua Carlos Sampaio com a Rua 13 de maio
Por que ir? Para quem curte pagode,  a concentração tem show com Adriana e  a Rapaziada. O cortejo sai em seguida ao som de música pop, axé e funk. “Troianos” devem evitar.

Bloco do Desmanche
Horário: 15h
Concentração: Rua Augusta, 765 – Consolação
Por que ir?  Vai misturar  axé dos anos 90, Funk Furacão 2000, samba das antigas, ritmos nordestinos, tropicalismo e brega.  É o primeiro ano do bloco, mas mesmo assim tem 10 mil pessoas confirmadas no Facebook e outras 19 mil interessadas.

Bloco do Fuá
Horário: 15h
Concentração: Rua Conselheiro Ramalho, 992 – Bela Vista
Por que ir?  Só toca marchinhas famosas e composições próprias.

Cordão Etílico Carnavalesco Amigos Pratododia
Horário: 12h
Concentração: Rua Barra Funda, 34 (Em frente ao Boteco Pratododia)
Por que ir?  Fundado por clientes, amigos e frequentadores das festas do Coletivo e Boteco Pratododia, que prezam pela boa música e boa cerveja.

Domingo Ela Não Vai
Horário: 16h20
Concentração: Praça do Patriarca  – Viaduto do Chá
Por que ir? Vai dá para dançar todas aquelas coreografias dos grupos de axé: passar de baixo da cordinha, ralar o tchan, descer na boquinha da garrafa, andar na prancha e outras pérolas do gênero.

Segunda – 8 de fevereiro

Bloco Não Serve Mestre
Horário: 13h
Concentração: Rua Rodésia – Vila Madalena
Por que ir? Samba, marchinha e música brasileira em clima de folia entre amigos e família.  Atrai muitas crianças.  A bateria é composta por cerca 30 pessoas.

BregsNice
Horário: 13h
Concentração: Faria Lima, 900 – Pinheiros
Por que ir? Repertório com techobrega e lambada. Neste ano, haverá a participação da dupla Hermes & Renato.

Bloco Esfarrapado
Horário: 13h
Concentração: Rua Conselheiro Carrão, 466 (Esquina com Rua 13 de Maio) – Bela Vista
Por que ir? Porque desde 1947 está levando a folia para as ruas do tradicional Bixiga. É para o bairro inteiro brincar.

O Espetacular Bloco da Charanga do França
Horário: 16h
Concentração: Rua Imaculada Conceição, 151 (Em frente a Conceição Discos)
Por que ir?  Porque é uma charanga, ou seja banda com trompete, trombone, sax e outros instrumentos de sopro acompanhados de percussão.

Unidos do Swing
Horário: 14h
Concentração: Praça Roosevelt
Por que ir? Trata-se de uma fanfarra que prova de que jazz combina com Carnaval!

Agora Vai, de São Paulo: bloco cresceu e recorreu à "vaquinha" para pagar carro de som. Foto: reprodução

Agora Vai, de São Paulo: desde 2004 fazendo Carnaval na Barra Funda. Foto: reprodução

 Terça-feira – 9 de fevereiro

Me Lembra que Eu Vou
Horário: 14h
Concentração: Rua Fradique Coutinho, 2200 – Vila Madalena
Por que ir? Embora seja o ano de estreia o bloco tem uma bateria swingada, comandada pela mestre Silvanny Rodriguez. O repertório é para dançar do começo ao fim.

Bloco Carnavalesco e Recreativo Agora Vai!
Horário: 15h
Concentração: Esquina Rua Tagipuru Rua Marta com Largo Padre Péricles – Santa Cecília
Por que ir?  Fundado em 2004, é um dos principais nomes da retomada do Carnaval de Rua paulistano. Grupos de amigos, famílias e crianças se divertem em clima de boa vizinhança.

Tô de Bowie
Horário: 15h
Concentração: Esquina da Rua Barão de Tatuí – Santa Cecília
Por que ir? Porque será uma grande homenagem carnavalesco doo cantor e compositor David Bowie, morto em janeiro. A proposta é adaptar clássicos do astro para ritmos brasileiros. Estreia neste ano.


Mel Lisboa é madrinha de bloco na região da Cracolândia, em SP
Comentários Comente

jussarasoares

Em 2015, Mel Lisboa desfilou como a personagem Vanda Marquetti, da peça "Luz Negra".

Em 2015, Mel Lisboa desfilou como a personagem Vanda Marquetti, da peça “Luz Negra”.

A atriz Carolina Dieckmann é musa do Bloco da Preta, da cantora Preta Gil, no Rio de Janeiro. Em São Paulo, Fernanda Paes Leme rouba a cena no bloco Casa Comigo e Alessandra Negrini, rainha de bateria do Acadêmicos do Baixo Augusta, virou deusa absoluta da internet ao cruzar a Rua da Consolação como noiva. Em comum, os três blocos, além de terem atrizes como foliãs de luxo, arrastam multidões no pré-Carnaval. Na contramão dessa dobradinha “celebridade + bloco pop”, a atriz Mel Lisboa, de 34 anos, desfila pela quarta vez, no domingo de Carnaval (7), como madrinha do Cordão do Triunfo, que percorre as ruas da região da Cracolândia, no Centro de São Paulo. O público é de no máximo 1000 pessoas, no auge do cortejo.

Fundado em 2013, o grupo carnavalesco é ligado à companhia de teatro Pessoal do Faroeste, localizada na Rua do Triunfo.  A proposta é que o bloco seja um instrumento para  resgatar a história da Boca do Lixo, endereço que abrigou muitos empresas da indústria cinematográfica na década de 20 e 30. Neste ano, o tema está ligado à Cartografia Afetiva do Quadrilátero do Pecado,  projeto que a  companhia está desenvolvendo para conhecer os moradores e aproximar o público da área que ficou famosa pela concentração de prostitutas e bandidos.

“É uma área esquecida por todo mundo e alvo de muitos preconceitos. O bloco é uma maneira de divulgar o trabalho social da companhia na região”, diz Mel Lisboa, que está em cartaz no teatro Luz do Faroeste com o musical “Luz Negra”, do diretor Paulo Faria. A peça retrata a Frente Negra Brasileira, movimento que incluiu negros no contexto político, social e cultural de São Paulo.

Cordão do Triunfo desfila pelas ruas da Cracolândia .

Cordão do Triunfo desfila pelas ruas da Cracolândia .

Para Mel, o posto de madrinha de bateria é apenas uma chamariz. “Na verdade sou uma foliã como qualquer outra”, diz a atriz, que apesar do título não se preocupa com a fantasia que vai exibir. “Usamos os figurinos do acervo do teatro para desfilar.” No ano passado, ela desfilou caracterizada como a personagem Vanda Marquetti, que interpreta em “Luz Negra”.

O Cordão do Triunfo vai desfilar acompanhado da bateria do Conselho do Samba. Neste ano, o grupo fez uma marchinha que fala sobre a região, o incêndio do Museu da Língua Portuguesa e faz críticas à gestão do governador Geraldo Alckmin.  “É uma região que fica muito vazia. O nosso desfile parece um Carnaval do interior. As pessoas vão se juntando e há muitas crianças”, compara o diretor da companhia, Paulo Faria.

O bloco se concentra às 14h, na sede Luz do Faroeste, na Rua do Triunfo, 305, e segue pela ruas General Osório, Santa Ifigênia, Ipiranga, São João, Vitória e retorna à Rua do Triunfo. “Como outros blocos, o Cordão do Triunfo tem crescido ano a ano, apesar das pessoas ainda terem medo de frequentar a região. Eu sempre digo: pode ir de táxi e de metrô. O problema na região não é de violência é de saúde pública”, diz Mel.

Cordão do Triunfo
Data: 7 de fevereiro – domingo
Horário: 14h
Local: Rua do Triunfo, 301/305 – Santa Ifigênia

 

 


Baixo Augusta se firma como maior bloco de SP e quer dois desfiles em 2017
Comentários Comente

jussarasoares

Alessandra Negrini é rainha de bateria do Baixo Augusta. Foto: Junior Lago/UOL

Alessandra Negrini é rainha de bateria do Baixo Augusta. Foto: Junior Lago/UOL

De endereço novo, o Acadêmicos do Baixo Augusta, que neste ano trocou a Rua Augusta pela Rua da Consolação, encerrou seu desfile na noite de domingo (31) como o maior bloco de São Paulo. De acordo com números da secretaria de Cultura, foram cerca de 130 mil pessoas.  A multidão fez os organizadores estimarem, no auge da festa, em 200 mil foliões. “Vamos ficar com o número oficial. Estamos felizes de sermos o primeiro bloco  a ultrapassar a barreira de 100 mil pessoas em São Paulo,  ainda mais em um dia repleto de outras opções. A cidade mostrou que está apaixonada pelo Carnaval de rua, que está redescobrindo essa paixão antiga que vem desde a época dos cordões”,  disse o produtor e apresentador Ale Youssef, presidente do Baixo Augusta.

Ainda sob o efeito do desfile, os organizadores do bloco já pensam em 2017.  A ideia é que o Baixo Augusta passe a fazer dois desfiles no próximo ano: um no pré-Carnaval e outro durante o Carnaval. “A intenção é fazer o último desfile para encerrar o Carnaval. Talvez na Quarta-feira de Cinzas”, adianta Youssef.

Para o produtor e agitador cultural, a tendência é que, com a consolidação do Carnaval de rua em São Paulo, os blocos maiores passem a se interessar também pelos dias oficiais de folia. “É importante que os blocos grandes passem a ocupar também o período do Carnaval”, defende.

Público estimado na Rua Consolação foi de 130 mil.

Público estimado na Rua Consolação foi de 130 mil pessoas.

Fundado em 2009, o Baixo Augusta se tornou uma organização não governamental no final de 2014.  Neste ano, seu tema foi “Família Augusta”, um protesto ao Estatuto da Família que tramita no Congresso. “A força do Baixo Augusta é ter um um espírito ativista. As pessoas abraçam a causa”, diz Youssef.

Para o secretário municipal de Cultura Nabil Bonduki, o destaque do Baixo Augusta, originalmente paulistano, como maior bloco é a consolidação do movimento carnavalesco com a participação dos moradores.  “O Baixo Augusta não é de fora. Isso mostra que os grupos da cidade estão cada vez mais se consolidando, com cidadania e o envolvimento das pessoas”, observa.

Entre os blocos com filiais em São Paulo, o carioca Monobloco, cuja bateria paulistana tem 130 ritmistas, levou  90 mil pessoas para o Ibirapuera, segundo a Polícia Militar. Já o pernambucano Alceu Valença se apresentou sábado (30) para 40 mil foliões, também na região do Monumento às Bandeiras.  A Avenida Tiradentes reuniu, segundo a prefeitura 40 mil pessoas no sábado, para a apresentação do trio Bangalafumenga, grupo carioca de bateria paulistana; o Sargento Pimenta, do Rio de Janeiro, e o paulistano Chega Mais.  Os organizadores falam em 80 mil.

Na Avenida Brigadeiro Faria Lima, o Casa Comigo, fundado na Vila Beatriz, atraiu uma multidão no sábado (30). De acordo com estimativas da Secretaria de Cultura, foram 30 mil pessoas. Para os organizadores, 55 mil. Já o Confraria do Pasmado, que encerrou seu desfile no Largo da Batata, atraiu 20 mil pessoas, segundo os números da administração pública. Já a direção do Pasmado estima que até 40 mil pessoas passaram pelo evento.

Os números preliminares apontam que 600 mil pessoas participaram do Carnaval de Rua em São Paulo. Os dados finais devem ser contabilizados nesta terça-feira (2).

 


Mulheres são quase 70% dos foliões no Carnaval de rua de São Paulo
Comentários Comente

jussarasoares

Foliã curte o Monobloco na manhã de domingo no Ibirapuera. Foto: Rodrigo Paiva/UOL

Foliã curte o Monobloco na manhã de domingo no Ibirapuera. Foto: Rodrigo Paiva/UOL

Estimativas preliminares da Prefeitura de São Paulo indicam que pelo menos 600 mil pessoas aproveitaram os 139 blocos que desfilaram nesse fim de semana de pré-Carnaval na capital. E as ruas foram tomadas, principalmente, por foliãs. Do total de público, 67% eram mulheres, como apontam os resultados parciais da pesquisa de campo do Observatório de Turismo e Evento da Spturis (São Paulo Turismo) realizada durante os blocos do sábado (30) e de domingo (31) pela manhã.

O levantamento da Spturis  mostra que 97% do público mora em São Paulo e revelou também que há mais pessoas interessadas em aproveitar a folia na cidade: 71% dos entrevistados afirmam que ficaram por aqui para curtir o Carnaval, e 64% acompanharam os blocos pela primeira vez.

Entre os foliões com mais experiência, 14% passaram o frequentar as festas nas ruas no ano passado. Em 2014, foi a estreia de 35% dos entrevistados. Já 2013 foi o primeiro ano para 25% dos foliões, e 2012 para 10% das pessoas. Quatorze por cento disseram que participam dos eventos há mais de quatro anos.

A pesquisa também aferiu a avaliação do público sobre a infraestrutura da festa. Para 66%, os banheiros são suficientes e 87% declararam terem vistos ambulância para atendimento. A avaliação foi positiva (acima dos 90%) para facilidade de locomoção, sensação de segurança dos blocos, limpeza pós-desfiles e organização.

De acordo com a pesquisa, 81% percebem o crescimento do Carnaval de rua de São  Paulo e 98% dos entrevistados dizem que a prefeitura deve continuar apoiando. Os números finais sobre o total de foliões no fim de semana deve ser divulgado na terça (2).


Vila Madalena terá área de restrição e blocos terão de dispersar até 16h
Comentários Comente

jussarasoares

O bloco Pimentas do Reino é um dos 34 inscritos para desfilar na Vila Madalena. Foto: Reprodução

O bloco Pimentas do Reino é um dos 34 inscritos para desfilar na Vila Madalena. Foto: Reprodução

Com 355 blocos – 91 a mais do que em 2015, o Carnaval de Rua de São Paulo começa neste sábado, 30. Apenas neste primeiro fim de semana,  serão 139 grupos, incluindo aqueles que têm grande expectativa de público, como Bangalafumenga, Sargento Pimenta, Monobloco, Acadêmicos do Baixa Augusta e Bloco Bicho Maluco Beleza, de Alceu Valença.  Para evitar confusão nas ruas da Vila Madalena durante a madrugada, como brigas, consumo de drogas e sexo nas vias públicas como ocorreu no ano passado, a Prefeitura vai criar uma área de restrição e blocos terão que dispersar até às 16h.

O espaço a ser cercado  fica entre as ruas Aspicuelta, Fidalga, Wizard e Inácio Pereira da Rocha, onde apenas carros de moradores cadastrados poderão transitar. Todos os demais veículos terão a passagem bloqueada. No local, poderão entrar, por dia, apenas 15 mil foliões. Todos serão revistados e está proibida a entrada de garrafas de vidro e caixa de isopor com bebidas. Polícia Militar, Guarda Civil Metropolitana e segurança privada participam da ação.

Outra medida estipula que  blocos que saem neste trecho da Vila Madalena façam sua dispersão total até às 16h, horário em que a área de atenção especial começará a ser cercada. Os demais cordões de Pinheiros têm até 20h para terminar seu desfile.  As determinações do governo municipal foram anunciadas no início da tarde desta quinta (28) durante coletiva para a imprensa, na sede da Prefeitura, no Viaduto do Chá. “O problema da Vila Madalena no ano passado não foram os blocos, mas as pessoas que vinham de fora, com carro de som”, disse o secretário municipal de Cultura, Nabil Bonduki.

Ao todo, 69 blocos foram inscritos para desfilar na região da Subprefeitura de Pinheiros. Deste total, 34 percorrem as ruas da Vila Madalena.

Infraestrutura

Em 2016,  a cidade terá 170% mais banheiros públicos em relação ao ano anterior. Em 2015, foram 3000. Neste ano, são 8.108 unidades.  “Não será por falta de banheiro que a cidade ficará cheirando mal, mas é preciso mais cidadania, as pessoas precisam se disciplinar um pouco mais”, observou Bonduki. Em São Paulo, não existe legislação que pune quem for flagrado urinando nas ruas, como ocorre no Rio de Janeiro.

O efeito da equipe de limpeza também aumentou. Saltou de 1900 para 2100 agentes. Para atender a demanda dos blocos, foram contratadas 364 diárias de ambulâncias. Além disso, 100 agentes trabalharão nas ruas fiscalizando o cumprimento da Lei Cidade Limpa e coibindo ambulantes irregulares.

O Carnaval de Rua de São Paulo em 2016 receberá um investimento de 10, 5 milhões de reais, dos quais 3,5 milhões vêm do patrocínio do Amstel e Caixa. Em 2015, os gastos com a folia foram de 6 milhões.

A Prefeitura têm sido criticada pelo excesso de exigências aos blocos e pelas mudanças de última hora do trajeto de blocos. “Embora alguns blocos dizem que estamos burocratizando, mas estamos buscando o meio-termo. Estamos crescendo com organização e planejamento. Temos tudo para nos tornar o maior carnaval do Brasil”,  disse Bonduki.

 


Alessandra Negrini desfila como noiva em protesto ao Estatuto da Família
Comentários Comente

jussarasoares

Alessandra Negrini: rainha de bateria do Baixo Augusta desde 2013. Foto: Nelson Antoine/Folhapress

Alessandra Negrini: “Nunca me chamaram para escola de samba. Os  blocos me interessam mais”. Foto: Nelson Antoine/Folhapress

Em seu quarto ano como rainha de bateria do Acadêmicos do Baixo Augusta, a atriz Alessandra Negrini vai desfilar pelo centro de São Paulo no próximo domingo (31), às 14h, ‘vestida para casar’. A fantasia de noiva será uma homenagem a todas as formas de amor. Em 2016, o Baixo Augusta, que se apresenta como um bloco ativista, tem como tema “Família Augusta, de Todo Jeito nos Gusta” e protesta contra o Estatuto da Família – projeto de lei que tramita no Congresso Nacional e quer definir como família apenas a união entre homem e mulher.

“O vestido de noiva é para simbolizar que todo mundo tem o direito de se casar com quem quiser. Estão tentando tirar os direitos civis de pessoas do mesmo sexo estabelecerem uma união. Estão nos bombardeando e vamos desfilar fazendo esse manifesto. Toda a forma de amor nos gusta”, diz a atriz. A fantasia ainda está sendo finalizada pela stylist do bloco, Flávia Brunetti.

Uma das primeiras artistas a participar dos blocos de São Paulo e uma das figuras mais fotografadas da festa popular, a atriz paulistana – acredite – nunca despertou o interesse de nenhuma escola de samba. “Nunca me chamaram”, conta. Mas ela confessa que prefere as ruas aos sambódromos.

“Não tenho essa vontade também. Tem que se preparar muito, aprender a sambar de verdade, malhar, estar magérrima. A ‘vibe’ do bloco é outra. É a diversidade, é ser feliz, ocupar as ruas. Isso me interessa mais”, explica a atriz. Alessandra admite já não fazer tanta questão de ‘pular Carnaval’, mas não abre mão de desfilar pelo bloco. “O Baixo Augusta é sagrado. Tenho muita afinidade. É um bloco ativista, paulistano e a favor da diversidade.”

Para a atriz, os blocos foram fundamentais para a retomadas dos espaços públicos. “A cidade estava triste, sem vida. E, agora, os paulistanos estão aprendendo a se divertir na rua também. E nós do Baixo Augusta, que é um bloco ativista, participamos dessa redescoberta.”

Fundado em 2009, o Baixo Augusta tem como presidente o apresentador e produtor Ale Youssef. O cantor Wilson Simoninha é o diretor musical. Para o desfile de 2016, a expectativa é atrair 120 mil pessoas.

Desfile do Acadêmicos do Baixo Augusta
Dia: 31 de janeiro – domingo
Horário: 14h
Local: Rua da Consolação, entre a Avenida Paulista e a Antônio Carlos.
Gratuito.


Portões do Ibirapuera serão fechados durante passagem de blocos
Comentários Comente

jussarasoares

Alceu Valença canta sucessos como "Anunciação" e "Diabo Louro" no desfile no Ibirapuera, dia 30.

Alceu Valença canta sucessos como “Anunciação” e “Diabo Louro” no desfile no Ibirapuera, dia 30.

Durante os desfiles do Bloco Bicho Maluco Beleza, do cantor e compositor Alceu Valença, no sábado (30), e do Monobloco, no domingo (31), cinco portões de acesso ao Parque Ibirapuera serão fechados para evitar a entrada de foliões na área de preservação. A decisão de fechamento foi tomada entre os gestores do parque e os produtores dos eventos.

Na Avenida Pedro Álvares Cabral, onde ocorrerão os desfiles, serão bloqueados os portões 2, 3,9 e 10.  Já na Avenida República do Líbano, o acesso 9A será interdidado.

O Bloco do Alceu Valença, que tem concentração às 11h e término previsto para 16, espera um público é de 35 mil pessoas. A expectativa do Monobloco, que concentra à 10h e dispersa às 15h, é reunir 60 mil foliões. Ambos saem do Monumento às Bandeiras e seguem em direção ao Obelisco.

Outra medida que está sendo tomada pela produção dos blocos é cercar monumentos e áreas verdes, tanto do lado do parque quanto no canteiro central. “Temos uma preocupação enorme com a preservação, tanto que esse é o tema do Monobloco”, diz  o produtor Rogério Oliveira, da Pipoca.Co, responsável pela produção do Monobloco e do bloco do Alceu Valença.

Na última semana, as preocupações em torno da segurança dos desfiles aumentaram após o registro de dois estupros dentro da área do Parque Ibirapuera.  “Não vejo uma relação direta entre o que ocorreu dentro do parque e os desfiles dos blocos. É claro que é necessário um super policiamento dentro do Ibirapuera sempre. Mas, nos dias dos desfiles, além dos portões estarem fechados, teremos segurança particular”, acrescenta Rogério Oliveira, que é produtor de blocos de Carnaval há cinco anos.

No Bloco do Alceu Valença, o efetivo da segurança é de 45 pessoas, enquanto no Monobloco serão 60 homens. Nos dois dias haverá revista na área do desfile. “Será um esquema de evento fechado em um bloco gratuito e em uma área pública”, afirma Oliveira. A produção ainda contará com seis bombeiros civis e oito salva-vidas.

A previsão dos organizadores é que no máximo uma hora após o término do desfile as vias comecem a ser liberadas para o trânsito.  “Até duas horas depois, todas estarão limpas e liberadas”, garante o produtor.  A equipe de limpeza após o desfile é de 90 pessoas para o bloco do Alceu Valença, e 120 para o Monobloco.  Durante a passagem dos cordões, também haverá recolhimento de lixo.

“Sabemos que Carnaval não é unânime, mas conversamos com moradores e associações e expusemos nosso plano de ação. Não há ninguém mais preocupado em fazer um desfile sem problemas do que a gente”, diz Oliveira.

 


Bangalafumenga faz último ensaio antes de desfile no Campo de Marte
Comentários Comente

jussarasoares

Banga faz último ensaio antes do desfile no dia 30 no Campo de Marte. Foto: Reinaldo Canato/UOL

Banga faz último ensaio antes do desfile no dia 30 no Campo de Marte. Foto: Reinaldo Canato/UOL

O Bangalafumenga fez nessa terça (19) o seu esquenta para o Carnaval 2016 em São Paulo. Com 220 ritmistas, o bloco se apresentou no Carioca Club, em Pinheiros, e mostrou um pouco do que levará para o seu desfile.  Confira as fotos e veja  como foi a festa.

Proibido de desfilar na Avenida Sumaré neste ano, o Banga, um dos maiores grupos carnavalescos da capital, sairá na Avenida Santos Dumont, na região de Campo de Marte, no dia 30 de janeiro, a partir das 10h. No mesmo local, às 14h, desfila o bloco Sargento Pimenta, que dá ritmos brasileiros às músicas dos Beatles.

Comandando pelo cantor e compositor Rodrigo Maranhão, o Banga tem em seu repertório Novos Baianos, Alceu Valença,  Zé Ramalho, Tim Maia, entre outros. O tema do desfile 2016 é “Abre a porta, gente”, inspirado no grito de guerra que antecede as apresentações do grupo.

Desfile Bangalafumenga
Dia: 30 de janeiro
Horário: 10 horas
Local: Avenida Santos Dumont, em frente à Praça dos Heróis da FEB, Campo de Marte.

Desfile Sargento Pimenta
Dia: 30 de janeiro
Horário: 14 horas
Local: Avenida Santos Dumont, em frente à Praça dos Heróis da FEB, Campo de Marte.

 

 

 


Tarado Ni Você faz homenagem à Tieta e sonha com Betty Faria em desfile
Comentários Comente

jussarasoares

Tarado Ni Você desfila dia 6 de fevereiro, sábado de Carnaval, no Centro em SP. Foto: Giselle Galvão

Tarado Ni Você desfila dia 6 de fevereiro, sábado de Carnaval, no Centro em SP. Foto: Giselle Galvão

Tietas, Pérpetuas, Amorzinhos,  Imaculadas, Ciniras, Bafos de Bode e outros personagens que se tornaram clássicos da dramaturgia brasileira devem invadir o Centro de São Paulo no Carnaval de 2016. O bloco Tarado Ni Você, cujo repertório é dedicado a Caetano Veloso, fará uma homenagem à obra criada pelo escritor Jorge Amado e popularizada na novela da Rede Globo, em 1989. Os organizadores sonham em ter a atriz Betty Faria, que deu vida à Tieta na trama global, no desfile. “O que a gente mais quer é ter Betty de maiô em cima do trio”, diz Rodrigo Guima, um dos fundadores de bloco.

A ideia de homenagear a personagem-título da obra de Jorge Amado surgiu da reação do público ao ouvir a música “Luz de Tieta”.  Composta por Caetano Veloso em 1997 para a trilha sonora do filme ‘Tieta do Agreste’, de Cacá Diegues, a canção é uma das mais aguardadas durante a passagem do bloco, que estreou em 2014 e já se tornou um dos mais badalados do Carnaval paulistano.  Em 2015, cerca de 20 mil pessoas acompanharam o grupo, formado por 15 músicos.

Bloco Tarada sonha com atriz Betty Faria, intérprete de Tieta, em trio elétrico. Foto: Reprodução

Bloco Tarada sonha com atriz Betty Faria, intérprete de Tieta, em trio elétrico. Foto: Reprodução

 

O lema #somostodostieta também faz uma alusão à capacidade acolhedora de São Paulo. A personagem, depois de expulsa da conservadora Santana do Agreste, segue para a capital paulista, onde faz fortuna e conquista prestígio. “A história de Tieta retrata muito bem essa terra em que as pessoas não são daqui, mas são acolhidas e constroem suas vidas na cidade”, diz  Guima. Outro motivo para ter Tieta como inspiração é sugerir que as pessoas sejam menos conservadoras. “A ideia é dar uma’ desencaretada’ na cidade”, acrescenta.

Para o desfile, os organizadores esperam que público se fantasie como os personagens da novela da Rede Globo. Bordões da trama como “Sum Paulu”, do personagem Timotéo (Paullo Betti), e “Mistééério”, dito por Dona Milú (Myriam Pires) também estampam camisetas.  As peças são entregues como contrapartida aos fãs que participarem com doações acima de 90 reais no site de financiamento coletivo Catarse. Aos que investirem 70 reais, serão entregues “kit quenga”, com bolsinha e top, e “kit tieta”, com óculos e lenço.  Para colocar o bloco na rua, os organizadores querem arrecadar 29 mil reais. “Este valor paga os custos dos ensaios que fazemos desde agosto, trio elétrico, gastos com camisetas e outros gastos de produção”, explica Guima. Até o momento, 12 pessoas doaram ao todo 970 reais. O investimento pode ser feito até o dia 26 de janeiro.

Os produtores do bloco: Rodrigo Guima, Raphaela Barcalla e Thiago Borba.

Os fundadores do bloco: Rodrigo Guima, Raphaela Barcalla e Thiago Borba.

O desfile do Tarado Ni Você está marcado para o dia 6 de fevereiro, sábado de Carnaval. A concentração é na emblemática esquina da Avenida São João com Ipiranga, verso da música “Sampa” de Caetano. No 17 de janeiro, o bloco faz um esquenta Nos Trilhos, espaço cultural localizado na Mooca. Os ingressos estão à venda pela internet e  custam 25 reais.

Serviço

Tarado Nos Trilhos
Dia: 17 de janeiro – domingo
Horário: 15h30
Local: Nos Trilhos – Rua Visconde de Paranaíba, 1253, Mooca.
Ingressos: 25 reais, à venda no site Sympla.

Desfile Oficial do Tarado Ni Você
Dia: 06 de fevereiro – sábado
Horário: 10h
Local: Avenida Ipiranga com Avenida São João


< Anterior | Voltar à página inicial | Próximo>